quarta-feira, 17 de maio de 2017

UM MUNDO NOVO (II)

Existe uma dimensão moral intrínseca à produção, distribuição, e utilização das riquezas e dos recursos


O bem-estar de cada segmento da humanidade está intimamente ligado com o bem estar do todo. A vida coletiva da humanidade sofre quando um determinado grupo pensa no seu próprio bem-estar, alheado do bem-estar dos seus vizinhos, ou procura vantagens económicas sem considerar o efeito que provoca no ambiente natural que proporciona sustento a todos. Deste modo, a obstinação bloqueia o progresso social significativo: uma e outra vez, a avareza e os interesses próprios prevalecem em detrimento do bem-comum. São arrecadadas riquezas inconcebíveis, e a instabilidade que isso provoca é agravada pela desigualdade com que os rendimentos e as oportunidades são distribuídos, tanto entre nações como no seio de uma nação. 


Mas esta condição não é uma fatalidade. Apesar de muitas destas condições serem o resultado da História, elas não têm de definir o futuro. Ainda que as atuais abordagens à vida económica possam satisfazer a etapa da adolescência da humanidade em que vivemos, são seguramente inadequadas para o alvorecer da idade da maturidade. Nada justifica que se continuem a perpetuar estruturas, normas e sistemas que manifestamente fracassam em servir os interesses de todos os povos. É bem claro para nós que  existe uma dimensão moral intrínseca à produção, distribuição, e utilização das riquezas e dos recursos.