Empregador ou empregado, produtor ou consumidor,
financiador ou financiado: as suas escolhas deixam uma marca
A reorganização da sociedade humana de modo a
abarcar novos paradigmas de desenvolvimento, é uma questão de suma importância,
dando obviamente relevância a questões económicas e sociais. Assim, a restruturação inevitável dos modelos
atuais da nossa sociedade, com vista a um novo mundo, requer esforços
incansáveis baseados numa visão que poderá estar muito além do que pode ser
imaginado pela gerações atuais.
Só uma reflexão ponderada e contínua, aberta a
novas formas de ver o mundo, permitirão que novas soluções socio/económicas
venha a ser encontradas. Uma primeira premissa será a de aceitar a realidade
incontornável da essência espiritual do ser humano. Partindo dessa base,
poderemos então tentar encontrar formas práticas de fazer avançar a
prosperidade coletiva, sempre tendo a justiça e a generosidade como balizas de
colaboração e do apoio mútuo.
Para que emerja um novo modelo de vida
comunitária, que reflicta os múltiplos, (embora unitários) preceitos morais,
será necessário que cada um de nós demonstre nas nossas vidas a retidão de
conduta que espelhe essa moralidade.
Cada escolha feita por cada um de nós – como empregador ou empregado,
produtor ou consumidor, financiador ou financiado, benfeitor ou beneficiário –
deixa uma marca. Assim, o dever moral de viver uma vida coerente exige que as
nossas decisões económicas estejam em sintonia com ideais elevados, e que a
pureza de motivo que cada um almeja seja compatível com a pureza das suas ações
no cumprimento desses propósitos.
O compromisso cada
vez maior com a sociedade significa que a dimensão económica da existência
social deve receber uma atenção cada vez mais concentrada. Deste modo, os
elevado padrões de comportamentos que nos são dados devem reger cada vez mais
as relações económicas no seio das famílias, dos bairros e dos povos. Sem nos
contentarmos com os valores prevalecentes na ordem existente, que insiste em
perpetuar uma sociedade injusta, devemos dar o nosso próprio contributo (individual ou de forma
colectiva) para a justiça económica e o progresso social onde quer que vivamos.