segunda-feira, 19 de junho de 2017

UM MUNDO NOVO (V)

Empregador ou empregado, produtor ou consumidor, financiador ou financiado: as suas escolhas deixam uma marca


A reorganização da sociedade humana de modo a abarcar novos paradigmas de desenvolvimento, é uma questão de suma importância, dando obviamente relevância a questões económicas e sociais.  Assim, a restruturação inevitável dos modelos atuais da nossa sociedade, com vista a um novo mundo, requer esforços incansáveis baseados numa visão que poderá estar muito além do que pode ser imaginado pela gerações atuais.
Só uma reflexão ponderada e contínua, aberta a novas formas de ver o mundo, permitirão que novas soluções socio/económicas venha a ser encontradas. Uma primeira premissa será a de aceitar a realidade incontornável da essência espiritual do ser humano. Partindo dessa base, poderemos então tentar encontrar formas práticas de fazer avançar a prosperidade coletiva, sempre tendo a justiça e a generosidade como balizas de colaboração e do apoio mútuo. 

Para que emerja um novo modelo de vida comunitária, que reflicta os múltiplos, (embora unitários) preceitos morais, será necessário que cada um de nós demonstre nas nossas vidas a retidão de conduta que espelhe essa moralidade.  Cada escolha feita por cada um de nós – como empregador ou empregado, produtor ou consumidor, financiador ou financiado, benfeitor ou beneficiário – deixa uma marca. Assim, o dever moral de viver uma vida coerente exige que as nossas decisões económicas estejam em sintonia com ideais elevados, e que a pureza de motivo que cada um almeja seja compatível com a pureza das suas ações no cumprimento desses propósitos.

O compromisso cada vez maior com a sociedade significa que a dimensão económica da existência social deve receber uma atenção cada vez mais concentrada. Deste modo, os elevado padrões de comportamentos que nos são dados devem reger cada vez mais as relações económicas no seio das famílias, dos bairros e dos povos. Sem nos contentarmos com os valores prevalecentes na ordem existente, que insiste em perpetuar uma sociedade injusta, devemos dar o nosso  próprio contributo (individual ou de forma colectiva) para a justiça económica e o progresso social onde quer que vivamos.