sábado, 4 de fevereiro de 2017

(I) A emoção na vida artística

Emoção é energia em movimento 


Define o dicionário que  emoção é um substantivo feminino, é o ato de deslocar, é agitação popular, alvoroço, comoção, tumulto, perturbação moral e conjunto de reações, variáveis na duração e na intensidade, que ocorrem no corpo e no cérebro, geralmente desencadeadas por um conteúdo mental.  
A emoção é uma força poderosa, com papel chave na vida de todos nós. Adequadamente direcionadas as emoções podem tornar possível o impossível. Um músico medíocre pode, com o recurso á emotividade, ultrapassar as suas limitações técnicas durante  um espetáculo. Basta que as suas emoções encontrem identidade e façam eco – fusão de emoções - no seu público. A fusão de emoções  é o que ocorre  em geral entre duas pessoas em plena e profunda paixão. Nada os desvia da atração mútua, nem a razão, nem os sinais óbvios dos potenciais riscos que algumas relações encerram. A fusão de emoções ou emotividade é a arma dos videntes e dos políticos populistas. Na verdade a fusão de emoções  positivas pode levar a que os lados envolvidos alcancem feitos miraculosos. Mas o contrário também acontece com frequência, isto é, a fusão de emoções negativas que levam a situações desagradáveis ou mesmo catastróficas.  É comum que a emoção descontrolada leve o indivíduo a uma espiral de ações em total descontrolo e com resultados desagradáveis na vida do indivíduo ou sociedade. A necessidade recorrente do recurso às emoções na vida de um artista seja de que área for, visando atingir os níveis de qualidade artística ambicionados, é saudável, a não ser e até que essas emoções comecem a tomar controlo da sua vida, levando-o a uma desconexão com a realidade mergulhando em comportamentos prejudiciais e até autodestrutivos. 

No próximo blog falarei mais sobre a fusão das emoções (emotividade) e a política.
jmk

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A abundância Americana como teste ao carácter Mexicano

Nos conturbados momentos das relações entre os Estados Unidos  e México, lembrei-me desta história que ouví há muito, não me recordo onde.
Um turista americano chega ao México e  instala-se numa casa de aluguer para gozar o silêncio e a calma, longe do "lufa-lufa" nova-iorquino. Todas as manhãs, o turista observa da sua janela um pescador mexicano que repete sempre a mesma cena: lança a linha ao rio, e enquanto aguarda que algo morda o anzol, ele pega na guitarra e vai tocando e cantando uma linda canção que se confunde com o chilrear, em coro, das aves pousadas nas árvores cujos ramos protegem do sol o humilde pescador. No fim da manhã o pescador regressa á casa sempre depois de capturar um peixe. Após 3 dias a ver esta cena o americano não resiste e dirige-se ao pescador a quem pergunta de forma arrogante: 
 - Ei amigo, porquê é que você gasta um dia inteiro para apanhar um peixe se pode aumentar a sua eficiência como pescador?
Responde o mexicano:  Como faço isso?
- Bem para começar podia pedir um empréstimo ao banco para comprar um barquinho  que lhe permitisse aumentar as capturas, isto seria bem melhor para si, a sua família e o seu país, e não teria que voltar aqui todos os dias?
- Ai sim, e depois que aconteceria na minha vida? 
- Bem você teria mais dinheiro, e pagaria a sua dívida ao banco.
- Ai sim, e depois?...
- Bem, mais tarde poderia comprar um barco ainda maior e, quem sabe, criaria uma empresa cotada na bolsa de Nova-Iorque.
- Sim, e depois?...
Bem depois você estaria rico e compraria uma casa enorme, um carro luxuoso. 
- Ai sim, e depois?...
Depois você poderia fazer como eu, ir gozar o silêncio  e a tranquilidade á sua vontade em qualquer parte do mundo.
- Pois, diz o mexicano.  Eu comecei pelo seu fim, porque já cá estou a fazer o que você só faria depois de muitas voltas.
"A abundância é um teste ao nosso carácter", provérbio Africano.
JMK

domingo, 29 de janeiro de 2017

Bobagens, o meu amigo Alfredo e a Cicciolina


Cicciolina  (In Wikipedia)
A propósito de bobos, tema de uma Crónica-Bem-Dita anterior, escrevemos sobre como o exagero na sua aparência  espalhafatosa e as insinuações do seu discurso e performances, que quebravam as regras sociais vigentes, eram as armas do ofício do bobo. 
 Provocavam o caos nas cortes da realeza onde confundiam intencionalmente os reis e o povo com as sua declamações que ninguém levava a sério pois eram vindas de um bobo.

O meu amigo Alfredo muito cedo percebeu que tinha a possibilidade de colher frutos ao engajar-se em comportamentos  típicos de um bobo.  O Alfredo induzia os professores a concluírem que ele não estaria na total  posse das  suas faculdades intelectuais, tais eram as bobagens que intencionalmente fazia. Por exemplo, na escola quando nos era pedido uma dada tarefa em grupo, o Alfredo  deitava-se no chão e assobiava. E se de início levava reprimendas do professor, nas vezes seguintes ou era mandado para o recreio, seu maior desejo, ou pura simplesmente se dizia dele,  “não liguem, o Alfredo é tolinho”. E assim o Alfredo vezes sem conta conseguiu levar sempre a água ao seu moinho, que é como quem diz, passava á frente na fila da cantina, tinha mais tempo de recreio do que nós, etc. Foi pelo exagero isto é pela bobagem, que muitas individualidades nos nosso dias se notabilizaram e atingiram os seus objetivos. Estou a lembra-me de Cicciolina, nome de atriz porno que se notabilizou usando descaradamente os seus dotes físicos para obter os seus ganhos políticos e quiçá financeiros. Foi eleita deputada na Itália, provavelmente quando ninguém a levava a sério pois a sua campanha baseada em mensagens e imagens  de cariz descaradamente sexuais e pornográficas até, eram vistas como simples bobagem.
Hoje existem por aí muitos outros bobos que, pelo discurso exagerado e ridículo, vão ainda assim levando a água ao seu moinho, sem que os levemos a sério de tão ridículo que parecem. E meia palavra para bom entendedor basta...