terça-feira, 18 de julho de 2017

AGRICULTURA E O NOVO MUNDO


Produtos Tradicionais (II)
 A busca do desenvolvimento sustentável representa um dos maiores desafios da humanidade cuja população ultrapassou já os 7 biliões de pessoas. Esse desenvolvimento requer como objetivo fundamental básico a segurança alimentar - alimentação adequada e para todos. Consequentemente a agricultura e atividades afins representam os pilares fundamentais para alcançar um desenvolvimento harmonioso para toda a humanidade.


Em especial, a produção de alimentos tradicionais tem um papel relevante por prover alimentos nutritivamente equilibrados, contribuir para o equilíbrio ecológico e por assegurar o rendimento dos agricultores, fixando-os nas zonas rurais de produção que de outro modo se podem tornar desérticas. Os produtos tradicionais têm assim um elevado interesse social, económico e até ecológico, constituindo um trunfo importante para as zonas agro-rurais, uma vez que a sua produção assenta sobre alguns dos escassos elementos em que tais zonas podem ser competitivas, isto é, na diferenciação, qualidade e territorialidade.
Nessa perspetiva, as pequenas e microempresas produtoras de alimentos tradicionais nos Açores, desempenham um papel relevante na nossa economia. No entanto pela sua reduzida dimensão à luz da realidade Europeia enfrentam grandes dificuldades de competitividade no mercado global, pelo que a sua sobrevivência requer estratégias que relevem os aspectos mais competitivos das mesmas, mormente os referidos anteriormente: diferenciação, peculiaridade a qualidade.

Manter estes factores distintivos nos produtos tradicionais dos Açores, enriquece por um lado o nosso património gastronómico, factor relevante e com impacto sócio-económico, nomeadamente através do turismo, e por outro confirma a excelência destes bens, perpetuada em técnicas com séculos de prática, confirmando o seu carácter ecológico e sustentável. 

quinta-feira, 13 de julho de 2017

AGRICULTURA E O NOVO MUNDO


Agricultura, Turismo e as  Ilhas (I)

“A base fundamental de qualquer comunidade é a agricultura”
Uma das vias para encontramos soluções com base espiritual para os problemas do mundo, é reconhecer a agricultura como base fundamental de qualquer comunidade.  Considerando que os agricultores geram a subsistência para toda a humanidade é importante ter em conta o impacto que a agricultura e atividades afins têm para todos os consumidores.
Sem atividade agrícola, na estrutura atual da nossa sociedade, não haveria forma de satisfazer o impulso humano mais básico: alimentar-se. Ou de forma um pouco mais elaborada, a atividade agrícola é a base da economia de qualquer país, pois condiciona todas as outras, desde a indústria, o comércio e o turismo, com as quais está intimamente ligada. 

O turismo tem vindo a afirmar-se nos últimos anos, como a galinha de ovos de ouro da economia portuguesa. No continente português, os turistas procuram a autenticidade portuguesa com base em quatro factores essenciais: a  sua cultura(História), a culinária, os edifícios históricos e o … sol. 
Os Açores não perderam esta possibilidade de melhorar a sua economia com base no turismo. Afinal somos a região que a nível nacional tem apresentado os maiores índices de crescimento da atividade turística. Todavia, não temos a grandeza das edificações históricas (mesmo que possuindo alguns) existente no continente, e as peculiaridades edafo-climáticas da região não permitem basear o nosso turismo no sol. Assim, o turismo na região tem de ter uma essência diferente, assente na cultura açoriana, na agricultura, o mar e às especificidades associadas à origem das ilhas, isto é, a vulcanologia bem como as peculiares paisagens.   
No caso da agricultura ou agropecuária nos Açores, ela tem atratividade para os turistas pelo facto de apresentar explorações com características essencialmente do tipo extensivo ou semi extensivo. Para além da atração per si das explorações agrícolas deste tipo, mormente por estarem associadas a aspectos ecológicos e paisagísticos únicos, elas invocam, na mente do consumidor, serem fonte de produtos mais saudáveis e logo com maior valia comercial. Assim, a associação deste tipo de produtos a uma gastronomia cuidada que seja única, poderá constituir um factor de considerável atração turística.
Logo, a agricultura será sempre um contribuinte importante para o futuro económico das ilhas, não devendo ser  esquecida ou menosprezada, mesmo agora que o sector turístico e serviços parecem ajudar na alavancagem da nossa economia. Sem a agricultura a atração do turismo pelos Açores será certamente muito mais reduzida, nomeadamente porque a paisagem que nos distingue seria essencialmente alterada. 
Não é por acaso que vemos turistas insistindo em tirar “selfies” ao lado de vacas, visitar instalações queijeiras e de chá, bem como de fotografar pratos típicos servidos nos nossos restaurantes, pois estes constituem momentos que espelham especificidades da cultura açoriana.
O futuro destas ilhas dependerá em grande parte do nosso empenho em mantermos uma proficiência nas áreas agrícolas. Assim tem sido desde o início do povoamento do Arquipélago, porque só com esta base podemos alvejar um futuro mais moderno em segurança. 

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Jovens líderes para o futuro
Na fase de pré-jovens  (12 a 15 anos) o indivíduo cimenta a sua personalidade e identidade, mas é também uma fase em que o apelo do materialismo se torna mais insistente para as novas gerações. Existe uma generalizada tendência de projetar uma imagem problemática deste grupo etário - considerando-o como que perdido nas dores de uma tumultuosa mudança física e emocional, indiferente a ouvir os adultos. Na verdade os pré-jovens têm um elevado sentido de altruísmo, um agudo senso de justiça, anseio por aprender acerca do universo e um desejo de contribuir para a construção de um mundo melhor e começam a questionar os valores que lhes são passados por tradição. Há por isso necessidade de que as suas qualidades espirituais, virtudes, capacidades intelectuais e sua capacidade para o serviço à sociedade, no momento em que saem da infância para ingressar na adolescência sejam desenvolvidas e cimentadas. 
O surgimento de novos paradigmas de ensino e educação baseados na prática do serviço à comunidade será fundamental, pois que com a aproximação da maturidade vem a responsabilidade geracional de não permitir que as realizações mundanas ceguem os olhos à injustiça e à privação. Com o tempo, as qualidades nutridas nesta fase, ajudam o indivíduo a ver para além das ilusões que o mundo usa para desviar a atenção do serviço para o ego. Só assim o mundo terá novos líderes com uma visão humanista, inspirando a humanidade com a sua  coragem, criatividade e compromisso pelo bem comum. 

A menos que nos esforcemos para que os jovens adquiram esta “praxis” no seu desenvolvimento, facilmente adotarão de modo inconsciente a visão generalizada de que o mundo é essencialmente um lugar para a luta  em nome do bem individual.  Este tipo de liderança - verdadeira liderança (digo eu), não se ensina em lugar nenhum em particular, aprende-se sim com os exemplos observados - em casa e na escola.  
jm

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Líderes num Mundo Novo: uma atividade e não uma posição
É comum ouvir-se dizer que nos faltam líderes, nestes dias turbulentos que correm por todo o mundo. Mas o que é na verdade um líder. As definições podem variar à primeira vista, mas o que os líderes verdadeiros têm de comum é o de serem agentes de mudança: inspiram com a sua coragem, criatividade e compromisso com causas  de bem comum. O seu bem estar ou ganho pessoal não é a prioridade, por isso frequentemente sofrem na pele as consequências das causas que defendem em nome de um grupo, país ou da comunidade global humana. 
É neste ponto que me parece cada vez haver menos líderes, tendo em conta a frequência com que ouvimos os relatos dos escândalos financeiros aos quais os nomes de muitos supostos líderes aparecem associados. Esta situação é um espelho do materialismo num grau doentio que permeia a nossa sociedade, promovendo o pensamento  de que a felicidade advém de aquisições constantes, que quanto mais uma pessoa possuir melhor, e que a preocupação pelo meio ambiente é para um outro dia. 
Estas mensagens sedutoras alimentam um sentimento de direitos pessoais cada vez mais enraizados e que recorrem a uma linguagem e a um vocábulo estratégico para camuflar e disfarçar interesses próprios. A indiferença pelas dificuldades enfrentadas pelos outros torna-se comum, ao mesmo tempo que o entretenimento e as diversões que distraem são consumidos com voracidade. 
Para termos novos verdadeiros líderes, que vejam para lá do horizonte do interesse próprio e se preocupem com causas de bem comum, será necessário desde cedo que as crianças aprendam com exemplos do meio em que vivem, a importância do conceito do serviço como fonte de felicidade interna. 
jmkongo

segunda-feira, 19 de junho de 2017

UM MUNDO NOVO (V)

Empregador ou empregado, produtor ou consumidor, financiador ou financiado: as suas escolhas deixam uma marca


A reorganização da sociedade humana de modo a abarcar novos paradigmas de desenvolvimento, é uma questão de suma importância, dando obviamente relevância a questões económicas e sociais.  Assim, a restruturação inevitável dos modelos atuais da nossa sociedade, com vista a um novo mundo, requer esforços incansáveis baseados numa visão que poderá estar muito além do que pode ser imaginado pela gerações atuais.
Só uma reflexão ponderada e contínua, aberta a novas formas de ver o mundo, permitirão que novas soluções socio/económicas venha a ser encontradas. Uma primeira premissa será a de aceitar a realidade incontornável da essência espiritual do ser humano. Partindo dessa base, poderemos então tentar encontrar formas práticas de fazer avançar a prosperidade coletiva, sempre tendo a justiça e a generosidade como balizas de colaboração e do apoio mútuo. 

Para que emerja um novo modelo de vida comunitária, que reflicta os múltiplos, (embora unitários) preceitos morais, será necessário que cada um de nós demonstre nas nossas vidas a retidão de conduta que espelhe essa moralidade.  Cada escolha feita por cada um de nós – como empregador ou empregado, produtor ou consumidor, financiador ou financiado, benfeitor ou beneficiário – deixa uma marca. Assim, o dever moral de viver uma vida coerente exige que as nossas decisões económicas estejam em sintonia com ideais elevados, e que a pureza de motivo que cada um almeja seja compatível com a pureza das suas ações no cumprimento desses propósitos.

O compromisso cada vez maior com a sociedade significa que a dimensão económica da existência social deve receber uma atenção cada vez mais concentrada. Deste modo, os elevado padrões de comportamentos que nos são dados devem reger cada vez mais as relações económicas no seio das famílias, dos bairros e dos povos. Sem nos contentarmos com os valores prevalecentes na ordem existente, que insiste em perpetuar uma sociedade injusta, devemos dar o nosso  próprio contributo (individual ou de forma colectiva) para a justiça económica e o progresso social onde quer que vivamos.