Os resultados das eleições presidenciais recentes nos
Estados Unidos surpreendeu muita gente, e
sobre o tema já quase tudo foi
escrito.
A razão porque volto ao assunto é o facto sentir a necessidade de extrapolar o sucedido
para os futuros atos eleitorais que
venham a ter lugar por cá e em qualquer parte do mundo.
Consta que durante toda a campanha e consequentemente no dia da eleição, os americanos viram-se confrontados com duas realidades de
difícil escolha. Por um lado a candidatura que perdeu, representando a experiencia,
o conhecimento político, e os valores da
democracia, mas que estaria associada á política tradicional de que muitos
estavam fartos, e a candidatura que venceu
representando claramente, pelas
afirmações e comportamentos do candidato, valores que se distanciavam dos
ideias da democracia - liberdade, igualdade e fraternidade. A grande maioria dos eleitores, confrontados
com estes dois polos, em que o primeiro era visto como uma mal menor, decidiu
abster-se, não indo votar. O resultado desta atitude ensinou-nos que quando
confrontados entre duas escolhas difíceis, o ideal é mesmo seguir o ditado: “ entre dois males o menos”, e nunca abster-nos
de fazer uma escolha. A democracia põe em cada um de nós a
responsabilidade do exercício do voto, sob pena de outros escolherem por
nós, com as consequências que, no presente caso, começam a ecoar pelo mundo fora. Por isso, caro leitor, nos atos eleitorais
futuros aqui da nossa praça, lembre-se que nem sempre terá bem claro em que
candidato deverá votar. Abster-se não será a melhor escolha, como já vimos no
caso em questão. Terá mesmo de decidir quais dos candidatos poderá melhor
exercer as funções para as quais se pede o seu voto, isto é, terá de escolher o
mal menor. No mínimo, com esse ato estará de consciência tranquila de que
qualquer que venha a ser o resultado final da eleição não se deveu á sua inação.
jmk