No blog anterior
prometemos ao querido leitor (a quem agradecemos a fidelidade de leitura) dar
continuidade ao assunto da emotividade.
Na política não é
difícil encontrar exemplos de políticos famosos (não é sinónimo de bons)
que souberam usar a fusão de emoções entre o político e
o público, de modo a que o primeiro fizesse passar a sua mensagem. Nos
documentários que esporadicamente passam em alguns canais de TV, e que lançam
um olhar sobre o passado, é fácil identificar a elevada carga emocional
presente nos discursos de Hitler, Mussolini, bem como outros
que mais recentemente têm recorrido ao assalto ás emoções do público, para
levarem a “água ao seu moinho”!. Em geral, o político disfarça o seu populismo
emocional, lançando suspeitas muito subtis sob pessoas, ou grupos. E assim, gota-a-gota
vai tornando o seu público mais-e-mais emocional. A bola de neve vai
rolando, até que um número suficiente de pessoas funde a suas emoções e com
essa emotividade, pela qual o político aguarda, cria-se
o terreno propício para que este leve o público a aceitar as suas
elucubrações. O medo é geralmente a emoção mais utilizada nesta
estratégia, pois o político sabe que se conseguir criar medo numa boa
percentagem de pessoas elas desistirão das suas
ideias e deixar-se-ão levar pela maré da mensagem do político em que
geralmente sobressaem as questões de necessidade da salvaguarda e supremacia
nacional, dando uma ilusão de segurança ao povo. No auge, o público emocionado
já nem precisa ouvir o que o político diz, pois pura e simplesmente segue-o
movido pela energia das emoções, podendo daí advir situações em que se
pratiquem actos de grande barbárie humana sobre o(s) visado(s) pelo político,
mas que a emotividade comungada pelos seus seguidores leva a que se
recuse a admitir sequer a ocorrência dessa mesma barbárie. Foi essa a
estratégia que durante muitos anos foi usada pelo regime do aparthaid no África
do Sul.
Toldar o raciocínio
e elevar as emoções ao rubro, matando assim a capacidade do livre
arbítrio, é a arma deste tipo de políticos.
jmk
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