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O bobo
da corte, ou bufão, era uma personagem das cortes europeias, funcionário da
monarquia encarregado
de entreter o rei e a rainha. Usava os seus dotes artístico/literários para
ser o cerimonial das festas. Tornava-se o centro das
atenções pela aparência grotesca, resultante geralmente de uma deformidade
física, pelos uniformes espalhafatosos e coloridos, chapéus bizarros com guizos que
usava, e pelo exagero em tudo o que dizia. Tudo lhe era tolerado pois era visto como maluco ou tolo,
embora pudesse ser bastante inteligente e sagaz, capacidades essas que usava
intencionalmente para atingir os objectivos com bastante liberdade pois ninguém
era esperado leva-lo a sério.
Tal como uma cidade necessita de regras para o
trânsito fluir sem confusões, a nossa vida em sociedade requer a existência
de um conjunto de normas, expectativas e comportamentos que permitem que
como indivíduos ou grupo saibamos o que esperar uns dos outros. Sem esse
conjunto de regras o caos e a insegurança são inevitáveis. Ora, os bobos eram
especialistas em provocar o caos, pois nunca se sabia o que iriam dizer, e daquilo
que diziam, era difícil discernir a verdade do puro divertimento. No entanto,
nessa altura era bem claro quem exercia a arte da bobagem – o bobo - e quem tinha o poder – o rei, já que os
antigos sabiam que concentrar ambas as funções num mesmo indivíduo tinha um
potencial caótico enorme. Podemos imaginar quão perigosamente caótica é a
sociedade em que o seu ou seus líderes se comportem como verdadeiros bobos ou
bufões, declamando conteúdos que não se coadunam com o que o povo espera deles:
a seriedade, e a honestidade.
Dá que pensar, mas sobretudo dá para levar-nos a agir
localmente de modo a evitarmos que o ruído provocado por tais personagens não
nos desviem daquilo que já estabelecemos como sendo valores inalienáveis da
nossa sociedade e de uma civilização universal: a unidade na diversidade, a
igualdade de direitos, e o livre arbítrio.
Nota: Qualquer semelhança entre o que acaba de ler e algo que viu ou ouviu poderá, ou não, ser pura
coincidência. jmk