Cicciolina (In Wikipedia) |
A propósito de bobos, tema de uma Crónica-Bem-Dita anterior,
escrevemos sobre como o exagero na sua aparência espalhafatosa e as
insinuações do seu discurso e performances, que quebravam as regras sociais
vigentes, eram as armas do ofício do bobo.
Provocavam o caos nas
cortes da realeza onde confundiam intencionalmente os reis e o povo com as sua
declamações que ninguém levava a sério pois eram vindas de um bobo.
O meu amigo Alfredo muito cedo percebeu que tinha a possibilidade
de colher frutos ao engajar-se em comportamentos típicos de um
bobo. O Alfredo induzia os professores a concluírem que ele não estaria na total posse
das suas faculdades intelectuais, tais eram as bobagens que intencionalmente fazia. Por exemplo, na escola quando nos era pedido uma dada tarefa em
grupo, o Alfredo deitava-se no chão e assobiava. E se de início
levava reprimendas do professor, nas vezes seguintes ou era mandado para o
recreio, seu maior desejo, ou pura simplesmente se dizia dele, “não
liguem, o Alfredo é tolinho”. E assim o Alfredo vezes sem conta conseguiu levar
sempre a água ao seu moinho, que é como quem diz, passava á frente na fila da
cantina, tinha mais tempo de recreio do que nós, etc. Foi pelo exagero isto é
pela bobagem, que muitas individualidades nos nosso dias se notabilizaram e
atingiram os seus objetivos. Estou a lembra-me de Cicciolina, nome de atriz
porno que se notabilizou usando descaradamente os seus dotes físicos para obter
os seus ganhos políticos e quiçá financeiros. Foi eleita deputada na Itália,
provavelmente quando ninguém a levava a sério pois a sua campanha baseada em
mensagens e imagens de cariz descaradamente sexuais e pornográficas
até, eram vistas como simples bobagem.
Hoje existem por aí muitos outros bobos que, pelo discurso
exagerado e ridículo, vão ainda assim levando a água ao seu moinho, sem que os
levemos a sério de tão ridículo que parecem. E meia palavra para bom entendedor basta...
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