Nos conturbados momentos das relações entre os Estados Unidos e México, lembrei-me desta história que ouví há muito, não me recordo onde.
Um turista americano chega ao México e instala-se numa casa de aluguer para gozar o silêncio e a calma, longe do "lufa-lufa" nova-iorquino. Todas as manhãs, o turista observa da sua janela um pescador mexicano que repete sempre a mesma cena: lança a linha ao rio, e enquanto aguarda que algo morda o anzol, ele pega na guitarra e vai tocando e cantando uma linda canção que se confunde com o chilrear, em coro, das aves pousadas nas árvores cujos ramos protegem do sol o humilde pescador. No fim da manhã o pescador regressa á casa sempre depois de capturar um peixe. Após 3 dias a ver esta cena o americano não resiste e dirige-se ao pescador a quem pergunta de forma arrogante:
- Ei amigo, porquê é que você gasta um dia inteiro para apanhar um peixe se pode aumentar a sua eficiência como pescador?
Responde o mexicano: Como faço isso?
- Bem para começar podia pedir um empréstimo ao banco para comprar um barquinho que lhe permitisse aumentar as capturas, isto seria bem melhor para si, a sua família e o seu país, e não teria que voltar aqui todos os dias?
- Ai sim, e depois que aconteceria na minha vida?
- Bem você teria mais dinheiro, e pagaria a sua dívida ao banco.
- Ai sim, e depois?...
- Bem, mais tarde poderia comprar um barco ainda maior e, quem sabe, criaria uma empresa cotada na bolsa de Nova-Iorque.
- Sim, e depois?...
Bem depois você estaria rico e compraria uma casa enorme, um carro luxuoso.
- Ai sim, e depois?...
Depois você poderia fazer como eu, ir gozar o silêncio e a tranquilidade á sua vontade em qualquer parte do mundo.
- Pois, diz o mexicano. Eu comecei pelo seu fim, porque já cá estou a fazer o que você só faria depois de muitas voltas.
"A abundância é um teste ao nosso carácter", provérbio Africano.
JMK
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