Agricultura, Turismo e as Ilhas (I)
“A base fundamental de qualquer
comunidade é a agricultura”
Uma das vias para encontramos soluções com base
espiritual para os problemas do mundo, é reconhecer a agricultura como base
fundamental de qualquer comunidade. Considerando que os agricultores
geram a subsistência para toda a humanidade é importante ter em conta o impacto
que a agricultura e atividades afins têm para todos os consumidores.
Sem
atividade agrícola, na estrutura atual da nossa
sociedade, não haveria forma de satisfazer o impulso humano mais básico:
alimentar-se. Ou de forma um pouco mais elaborada, a atividade agrícola é a
base da economia de qualquer país, pois condiciona todas as outras, desde a
indústria, o comércio e o turismo, com as quais está intimamente ligada.
O turismo tem vindo a afirmar-se nos últimos anos, como a galinha de ovos de ouro da economia
portuguesa. No continente português, os turistas procuram a autenticidade
portuguesa com base em quatro factores essenciais: a sua cultura(História), a
culinária, os edifícios históricos e o … sol.
Os Açores não
perderam esta possibilidade de melhorar a sua economia com base no turismo.
Afinal somos a região que a nível nacional tem apresentado os maiores índices de
crescimento da atividade turística. Todavia, não temos a grandeza das
edificações históricas (mesmo que possuindo alguns) existente no continente, e
as peculiaridades edafo-climáticas da região não permitem
basear o nosso turismo no sol. Assim, o turismo na região tem de ter uma
essência diferente, assente na cultura açoriana, na agricultura, o mar e às
especificidades associadas à origem das ilhas, isto é, a vulcanologia bem como
as peculiares paisagens.
No caso da
agricultura ou agropecuária nos Açores, ela tem atratividade para os turistas
pelo facto de apresentar explorações com características essencialmente do tipo
extensivo ou semi extensivo. Para além da atração per si das
explorações agrícolas deste tipo, mormente por estarem associadas a aspectos
ecológicos e paisagísticos únicos, elas invocam, na mente do consumidor, serem
fonte de produtos mais saudáveis e logo com maior valia comercial. Assim, a
associação deste tipo de produtos a uma gastronomia cuidada que seja única,
poderá constituir um factor de considerável atração turística.
Logo, a agricultura
será sempre um contribuinte importante para o futuro económico das ilhas, não
devendo ser esquecida ou
menosprezada, mesmo agora que o sector turístico e serviços parecem ajudar na
alavancagem da nossa economia. Sem a agricultura a atração do turismo pelos
Açores será certamente muito mais reduzida, nomeadamente porque a paisagem que
nos distingue seria essencialmente alterada.
Não é por acaso que vemos turistas insistindo em tirar “selfies” ao
lado de vacas, visitar instalações queijeiras e de chá, bem como de fotografar
pratos típicos servidos nos nossos restaurantes, pois estes constituem momentos
que espelham especificidades da cultura açoriana.
O futuro destas
ilhas dependerá em grande parte do nosso empenho em mantermos uma proficiência
nas áreas agrícolas. Assim tem sido desde o início do povoamento do
Arquipélago, porque só com esta base podemos alvejar um futuro mais moderno em
segurança.