De
acordo com um estudo apresentado na revista científica Cell, um regime
dietético que incorpore a prática pontual do jejum pode ter enormes benefícios
para a saúde. Do estudo conclui-se que o jejum ajuda a restaurar a função da
atividade pancreática que controla os níveis de açúcar no sangue.
Embora a
experiência tenha sido apenas até agora realizada em ratos, prevê-se que a nova
descoberta poderá ser uma forma importante no tratamento da
diabetes. Existem leis religiosas que apelam à prática do jejum em certos
períodos do ano. No livro Aqdas da Fé Bahai podemos ler ("Nós vos mandamos orar e
jejuar desde o começo da maturidade (15 anos); isso é ordenado por Deus, vosso
Senhor e o Senhor de vossos antepassados(...). O viajante, o enfermo, a
gestante e a que amamenta, não são obrigados a observar o jejum(...).
Entre o nascer e o pôr do sol do período entre 2 a 20 de Março, fazei
abstenção de alimentos e de bebidas, e acautelai-vos para que o desejo não vos
prive desta graça destinada a vós no Livro". As duas mais potentes forças da civilização humana, a ciência e a
religião, parecem frequentemente formas
opostas e inconciliáveis de viver a vida e interpretar o
universo. E numa altura em que o fanaticismo e a intolerância religiosa
parecem estar ao rubro, facilmente nos esquecemos do contributo da verdadeira
religião para o avanço da humanidade. Nenhuma das grandes civilizações existentes
na terra conseguiu singrar sem o contributo e a força (por vezes mal usada) da
religião. Na verdade a religião e a Ciência estão entre-lançadas de modo
inseparável, e é a qualidade da relação entre ambas as forças que condiciona o
impulso que darão ao desenvolvimento da humanidade. Ambas são as asas com as
quais a humanidade deve voar, pois com apenas uma delas o caos é inevitável. "Toda a religião que descuide
as Ciências é mera tradição, e de facto a Ciência e a Educaçao são necessárias
para se viver a plenitude religiosas (Abdul Bahá)". Como
cientista, confronto-me frequentemente com a complexidade e eficácia de alguns
fenómenos bioquímicos que me levam a concluir que o equilíbrio fisiológico ou
até ecológico deles resultantes, só podem ser obra deliberada de alguém muito
superior a jogar ás descobertas connosco. Frequentemente, a religião está
á frente da ciência, mas a dominância da racionalidade na nossa cultura
impede-nos de reconhecer determinadas práticas religiosas enquanto a ciência
não o prove, como parece o caso da presente descoberta. Claro que não
aconselhamos ninguém á prática do jejum sem aconselhamento médico, mesmo que,
na nossa opinião, consideremos que a medicina ainda está nos seus primórdios
quanto ao conhecimento sobre determinados aspectos da fisiologia e saúde
humana.
jmk
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