sábado, 25 de fevereiro de 2017

Adeus Londres, viva Portugal....

Londres é uma cidade deslumbrante com uma multiculturalidade impressionante, pelo menos até ao Brexit. O meu filho que lá estuda diz-nos que o que mais gosta daquele país, quando está de regresso a Portugal, é a organização e ordem da sociedade inglesa. Mas confessa que quando lá está tem alguma saudade da nossa tendência em re-interpretar as muitas leis que temos, de modo a não cumpri-las, aliás como é típico em muitos países latinos. 
Há uns anos estava eu e a família no fim do nosso período de 12 dias de férias em Londres e precisámos de um táxi que nos levasse ao Aeroporto de Stansted de regresso a Portugal. Chegado o carro, o taxista tentou colocar as nossas cinco malas no porta-bagagens. Verificou que com todas aquelas malas não seria possível fechar o porta-bagagens, e muito  simpaticamente disse-nos: Não posso levar-vos, visto que não conseguiria fechar por completo o porta bagagens e estaria a infringir a lei. E, com aquela frieza típica, retirou as malas que já estavam no porta-bagagens do táxi e deixou-nos alí  à porta do apartamento que tínhamos alugado, sugerindo que chamássemos outro táxi. Fizemos uma segunda tentativa e o novo taxista procedeu como o anterior, mas este aconselhou-nos a ir de autocarro. Contrariados, fizemos a viagem de autocarro até ao referido aeroporto, mas já não a tempo para o nosso voo para Portugal. Ao fim de doze horas (cansativas) de espera pelo voo seguinte, partimos com destino ao Aeroporto Sá Carneiro. Ao sairmos do aeroporto dirigimo-nos para a zonas dos táxis, receosos que provavelmente não aceitariam levar-nos com tantas malas.  Chegada a nossa vez na fila, o taxista luso colocou as mesmas malas no porta-bagagens e verificou o mesmo problema: a porta do porta-bagagem não fechava. Já nos preparávamos para as retirar quando ouvimos o taxista gritar para um colega seu: - Ó Zé, tens aí uma corda? E lá chegou a corda que prendeu a porta do porta-bagagem. Suspirámos de alívio e em bom humor os meus filhos já cansados da atribulada viagem gracejaram em voz alta: - viva Portugal”… O taxista desconhecendo a razão desta saudação comentou: - devem estar há muito tempo fora do pais, não?- ao que respondemos em uníssono: - Sim, há muito tempo.

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