segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Um Mundo em Mudança ... (I)



O mundo, em especial nas últimas 4 décadas, tem presenciado mudanças que durante séculos seriam consideradas como impossíveis, ou improváveis, quer a nível tecnológico, político, social, ou cultural.

Escrevo sobre este assunto depois de, durante as minhas arrumações ter dado com um velho número  da revista Time que recebo regularmente, e cujo título de capa era: “ A queda da Europa e do mundo ocidental”.  
Durante os último cinco séculos o Ocidente  espalhou a sua cultura, e organização sócio política por diversas vias, uma das quais pela emigração maciça dos europeus pelo resto do mundo. Em muitos países da África e nas Américas os europeus reclamaram como suas, terras que pertenciam aos povos nos lugares para onde emigraram. Hoje, nesta mesma Europa, nomeadamente em países como a Inglaterra e a França, há vozes que pretendem impedir que pessoas provenientes das terras que tanto exploraram cheguem  a esta europa tão apregoada como rica e bondosa.  Alguns fazem-no com o pretexto de manterem a pureza da cultura europeia e não querem partilhar o seu nível de vida com “estranhos”. Hoje no ocidente, quem o diria há 50 anos, a moda é mesmo construir muros que impeçam a chegada de emigrantes.
Muitas das mudanças  que se verificam a nível mundial, podem ser associadas ao desejo e vontade que floriu nas populações de diversas nações outrora consideradas pobres, de reclamarem os mesmos níveis de vida existentes no ocidente. Muitos europeus ainda não acordaram para esta realidade. Esse desejo implica que a utilização dos recursos do planeta que não são infinitos, não mais será privilégio do ocidente, que terá agora, e justamente,  de os repartir com mais  gente. E quem não quiser compreender e aceitar esta nova realidade arrisca-se a estar a lutar contra  moinhos ou tornar-se num  dinossauro.
Alguns exemplos: a China outrora considerada uma  nação pária do Ocidente, é hoje o maior credor dos Estados Unidos e, convém dize-lo é provavelmente já, a primeira economia do mundo; tem capacidade para pagar a peso de ouro jogadores de futebol que vem buscar ao ocidente; milionários da Índia outrora considerada uma nação de famintos, tornam-se CEOs (gestores) das maiores empresas do mundo, proprietários de clubes de futebol, e de equipas de formula I, e compram jogadores de crikett ingleses também pagos a peso de ouro.
Em Portugal, magnatas provenientes de Angola (também colonizada por séculos pelos portugueses) têm cada vez mais peso na economia portuguesa sendo considerados como parceiros estratégicos para a débil economia portuguesa;
Por este andar só falta ver mesmo a Tunísia, a Somália, o México e o Congo a adquirirem as dívidas públicas de França, Itália, Espanha e Bélgica, respectivamente,
Tudo isto leva a crer numa certeza apenas: o mundo vai continuar a mudar e os que pretendem que o tempo volte para trás, apegados a velhos padrões e dogmas ou
formas inadaptadamente ultrapassadas de ver o mundo, serão apenas como dinossauros sem chão para os seus pesados pés.

Para o ocidente,  e durante muito tempo, a globalização foi um modelo sócio económico considerado como vital para quem quisesse ter uma economia avançada. E assim foi enquanto os grandes beneficiados eram as nações ocidentais. Agora que a verdadeira globalização se começa a dar, o ocidente queixa-se, lamuria-se,  e quer virar-se para dentro..!!! Ou há moralidade ou comem todos, diz o povo, e bem.


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