O mundo, em especial nas últimas 4 décadas,
tem presenciado mudanças que durante séculos seriam consideradas como
impossíveis, ou improváveis, quer a nível tecnológico, político, social, ou cultural.
Escrevo sobre este assunto
depois de, durante as minhas arrumações ter dado com um velho número da revista Time que recebo regularmente, e cujo
título de capa era: “ A queda da Europa e do mundo ocidental”.
Durante os último cinco séculos
o Ocidente espalhou a sua cultura, e
organização sócio política por diversas vias, uma das quais pela emigração
maciça dos europeus pelo resto do mundo. Em muitos países da África e nas Américas
os europeus reclamaram como suas, terras que pertenciam aos povos nos lugares
para onde emigraram. Hoje, nesta mesma Europa, nomeadamente em países como a
Inglaterra e a França, há vozes que pretendem impedir que pessoas provenientes
das terras que tanto exploraram cheguem
a esta europa tão apregoada como rica e bondosa. Alguns fazem-no com o pretexto de manterem a
pureza da cultura europeia e não querem partilhar o seu nível de vida com
“estranhos”. Hoje no ocidente, quem o diria há 50 anos, a moda é mesmo
construir muros que impeçam a chegada de emigrantes.
Muitas das mudanças que se verificam a nível mundial, podem ser
associadas ao desejo e vontade que floriu nas populações de diversas nações outrora
consideradas pobres, de reclamarem os mesmos níveis de vida existentes no
ocidente. Muitos europeus ainda não acordaram para esta realidade. Esse desejo implica
que a utilização dos recursos do planeta que não são infinitos, não mais será
privilégio do ocidente, que terá agora, e justamente, de os repartir com mais gente. E quem não quiser compreender e
aceitar esta nova realidade arrisca-se a estar a lutar contra moinhos ou tornar-se num dinossauro.
Alguns exemplos: a China outrora
considerada uma nação pária do Ocidente,
é hoje o maior credor dos Estados Unidos e, convém dize-lo é provavelmente já,
a primeira economia do mundo; tem capacidade para pagar a peso de ouro jogadores
de futebol que vem buscar ao ocidente; milionários da Índia outrora considerada
uma nação de famintos, tornam-se CEOs (gestores) das maiores empresas do mundo,
proprietários de clubes de futebol, e de equipas de formula I, e compram
jogadores de crikett ingleses também pagos a peso de ouro.
Em Portugal, magnatas provenientes
de Angola (também colonizada por séculos pelos portugueses) têm cada vez mais
peso na economia portuguesa sendo considerados como parceiros estratégicos para
a débil economia portuguesa;
Por este andar só falta ver
mesmo a Tunísia, a Somália, o México e o Congo a adquirirem as dívidas públicas
de França, Itália, Espanha e Bélgica, respectivamente,
Tudo isto leva a crer numa
certeza apenas: o mundo vai continuar a mudar e os que pretendem que o tempo
volte para trás, apegados a velhos padrões e dogmas ou
formas
inadaptadamente ultrapassadas de ver o mundo, serão apenas como dinossauros sem
chão para os seus pesados pés.
Para o ocidente, e durante muito tempo, a globalização foi um
modelo sócio económico considerado como vital para quem quisesse ter uma
economia avançada. E assim foi enquanto os grandes beneficiados eram as nações ocidentais.
Agora que a verdadeira globalização se começa a dar, o ocidente queixa-se,
lamuria-se, e quer virar-se para
dentro..!!! Ou há moralidade ou comem todos, diz o povo, e bem.
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