Comemorou-se há poucos dias o dia internacional da mulher. Dividem-se as opiniões entre os que dizem que todos os dias deviam ser “dia da mulher” e os que acham que esta data é merecida para assinalar ou chamar a atenção sobre as injustiças causadas às mulheres.
Neste blog quisemos ter a vez e a voz de duas mulheres que na minha perspectiva são dois exemplos de mulheres dinâmicas da nova geração e que conjugam uma vida profissional e familiar com atividade artística de música popular em Ponta Delgada. Hoje publicamos aqui a entrevista com a Bárbara Azevedo, e no nosso próximo post a entrevistada será a Vânia Dilac.
Mas antes gostaríamos de deixar alguns pontos de reflexão retirados do livro “Palestras de Abdul Bahá” em Paris, relativamente a este assunto:
“Não há dúvida que “a plena igualdade e um firme senso de parceria entre mulheres e homens são elementos essenciais para o progresso da humanidade a para a transformação da sociedade, pois só com a plenitude da igualdade de direitos entre os géneros se poderá avançar para um novo patamar de desenvolvimento completo da humanidade.
Esta consciência de igualdade é gerada no seio da família com exemplos e ensinado-se o conceito de que a humanidade é como uma ave de duas asas (uma mulher e outra o homem); só quando as duas forem fortes e impelidas por uma força comum poderá a ave voar rumo ao céu.
O mundo no passado foi regido pelo força (homem), mas é cada vez mais evidente de que o mundo do futuro será dominado pela agilidade mental, a intuição e as qualidades espirituais de amor e serviço, nas quais a mulher é mais forte.
“A educação das meninas deve ter prioridade” pois que elas ao serem mães serão também as primeiras educadoras das crianças.
Fomos encontrar a nossa entrevistada num concerto a solo nas instalações das Termas da Ferraria localizadas na base de uma falésia de cortar a respiração e que dá continuidade ao mar. A noite de vento e frio não impediu que a sala estivesse completamente cheia.
CBD - Bárbara fala-nos do teu percurso musical
BA - Sou natural do Pico onde quer o meu pai como a minha mãe eram músicos e foi deles que bebi este gosto pela música. Quis ir um pouco mais longe e quando vim para Ponta Delgada fiz o curso de Piano enquanto participava em diversas atividades musicais.
CBD - Quando acabaste o curso de Enfermagem foste para fora, Canárias?….
BA - Sim fui por 6 meses fazer Erasmus. Em termos musicais foi um tortura porque não pude pôr os meus dedos sobre um teclado durante 6 meses.
CBD - O que trouxeste de lá?
BA - Essencialmente uma grande saudade do meu piano. E lembro-me que na minha primeira noite de regresso quase toquei 24 horas seguidas. Em termos musicais trouxe a ideia que culturalmente somos mais ricos pois temos uma música que podemos chamar de nossa, a tradicional, enquanto nas Canárias isso propriamente não existe, o que há é a música de consumo rápido que se ouve em todo o mundo, para turista consumir.
CBD - É normalmente o sonho de quem anda na música a edição de um trabalho em CD ou outro formato. Quando pensas que poderá acontecer para ti?
BA - Bem na verdade estou em estúdio a finalizar o meu trabalho. Penso que este ano deverá estar concluído e chegar ao público.
BA- Com gosto consegue-se, e eu tenho muita paixão pela música. Aliás penso que é a paixão que nos permite evoluir ouvindo diversos estilos, pois a pura formação académica não chega.
CBD - Qual a tua opinião sobre esta comemoração do dia da mulher.
BA- Penso que é merecida, para chamarmos atenção para algumas desigualdades que persistem, sou uma firme defensora dessa igualdade de direitos, e olha é um dia para as pessoas estarem juntas por uma causa comum.
Recorde-se que Bárbara participou na gravação do meu anterior CD, "Noites de estrelas" que pode ouvir em www.jozemarcelino.com.
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